terça-feira, 3 de abril de 2012

Quando os Demônios Dominavam a Terra I

Apesar das aparências físicas, os iniciados sabem que várias são as Raças que habitam a Terra, os Assuras, os Agniswatas, os Barishades e a última e a atual e mais recente, cujo aspecto físico predomina no globo, chamada de Jiva.
Cada uma dessas raças, representam estados de consciência e encontram-se hoje como que envelopadas na forma física do Jiva, distinguindo-se apenas por sua maneira de agir, pensar e por suas aspirações. Isso será melhor explicado no decorrer dessa Obra.
Nesse livro, vou falar um pouco de mim mesmo e de meus irmãos. Estenderei minha memória até o máximo que me lembro, até nossa encarnação mais longíqua onde todo o drama começou. Vou falar de minha primeira encarnação no globo terrestre, falarei dos Assuras, também chamados Titans, ou raça dos Tubal Cains.
É evidente que esse livro trata-se de uma obra de ficção, todos as semelhanças com fatos, pessoas, ou entidades, filosofias, ou religiões trata-se de mera coincidência ou licença poética do autor.
A seguir abro esse trabalho com um pensamento digno dos Titans, de John Milton.
Mais vale reinar no inferno do que servir nos céus.”
O Paraíso Perdido – John Milton.

A Luz Que Brilhou nas Trevas
No príncipio dos tempos, antes dos tempos conhecidos, no início mesmo da eternidade a Terra era diferente do planeta que conhecemos hoje. Ela era muito mais quente, existindo no lugar dos cinco continentes, um único continente central, chamado Pangéia. Este megalo-continente era pontilhado por uma infinidade de vulcões ativos,  cujas erupções cobriam o céu de cinzas em brasa, o que tornava o céu avermelhado. Caudalosos rios de lava escorriam continuamente, por toda a parte irrigando o solo com uma mistura de fogo e rocha derretida.
Era um ambiente hóstil para as atuais formas de vida que hoje conhecemos. Entretanto nele se desenvolveu a primeira humanidade, ou seja a primeira raça de seres semcientes, cujos descendentes somos nos, os atuais seres humanos.
Semelhantes a nós, em relação ao nosso atual habitat, os Tubal Cains, ou Titans como eram chamados estavam plenamente adaptados ao mundo infernal em que viviam.
Os Tubal Cains, eram seres bípedes, que alcançavam facilmente dois metros de altura. Sua cor variáva, de acordo com seu sub-grupo racial, uns possuíam tes avermelhada, outros eram de cor marrom, pretos, ou amarelos. Diferenciavam-se também porque os indivíduos de algumas desses sub-grupos raciais eram dotados de cornos como os cervos, o que fazia com que sua estatura se afigura-se ainda maior. Inclusive sendo dotados nas costas de protuberâncias semelhantes a asas. A maioria deles possuía pernas arqueadas terminando em patas bifurcadas.
Apesar de sua aparência diferente que podemos considerar primitiva, através dos seculos a raça dos Titans desenvolveu uma grandiosa e sofisticada civilização que se espalhou pela massa de terra do megalo-continente.
Entretanto, no decorrer de nossa narrativa, entenderemos por que, não apenas por sua aparência, a Primeira Raça, que habitou nosso planeta, a raça dos Tubal Cains, foi considerada com o tempo a raça dos demônios. Eles não chamavam-se a si mesmo dessa maneira e além disso, através dos milênios eles evoluiram. Eles somos nós, dito de outra forma, nós somos seus descendentes. Porém alguns deles não evoluíram a ponto de se tornar humanos, ficaram estagnádos em seu processo evolutivo. Esses foram incapazes disso devido a seu estado de consciência mais atrasado em relação aos demais e por serem dotados de uma malignidade, somente vista em alguns dos piores representantes atuais de nossa espécie. A maldade de que eram dotados e os prejuízos causados aos seres humanos modernos que com eles tiveram contato,  fez com que os humanos os chamassem demônios, ou como o chamam as escrituras Hindus Assuras (A = sem, ou não, Surya = Sol, Luz, ou ainda Deus. Assuras = Sem Luz ou Não Deuses = Demônios)
Nossa história inicia-se em Grakrur uma das principais cidades do antigo continentePangêia lá na sacada  de uma enorme construção, encontraremos um de nossos protagonistas, o cientista e filosofo Kontranom Trontor debruçado contemplando com seus olhos chamejantes os inúmeros vulcões em atividade, os caudalosos rios de lava e o horizonte avermelhado de seu mundo. Kontranom Trontor era um indivíduo vermelho, que apesar de possuir pernas arqueadas, era de estatura mediana para um demônio, dotado de grandes cornos que se ramificavam em sete níveis, o que no seu tipo racial denotava o elevado grau de consciência que havia alcançado. Suas asas, que lembravam as de um morcego, eram capazes de sustentar-lhe no ar apenas por alguns minutos. No entanto lhe permitiam com sucesso cruzar alguns dos obstáculos naturais de seu mundo.
Ali parado com olhar perdido, ele refletia sobre seu povo e seu modo de vida, sua cultura e seu futuro. Os Tubal Cains, habitantes de Pangéia, eram um povo nobre, arrogante, beligerante e ambicioso que viviam a vida intensa e apaixonadamente. Mas acima de tudo um povo extremamente religioso, mas devido a sua poderosa estrutura mental, a ciência era a sua religião. Essa religião-ciência, lhes dava uma visão racional e objetiva do universo. Assim ansiavam por um dia encontrar seus Deuses, ou Deus, enfim seus Criadores, Criador e o que quer que fossem, bicho, planta, gente ou raio, comungar com ele, como seus pares e até mesmo elevar acima daquele que os criou.
Quem não quer encontrar seu criador, uns atualmente desejam isso para lançar-se a seus pés, chorando como escravos, outros para abraça-lo com um filho, ajudando-o em suas obras, a ponto de executar obras maiores e mais elevadas. Essa era a ambição dos Tubal Cains.
Não viam nesse pensamento nada de herético, pois o mesmo se refletia em seu sistema de educação, onde pais, educadores e sacerdotes ensinavam seus filhos e púpilos, preparando-os e estimulando-os ao máximo, afim de que estes se tornassem melhores do eles. O que mais desejavam era que os alunos superassem os mestres, que os filhos fossem melhor que os pais.  Criavam seus filhos para superá-los. Isso estava tão arraigado em sua cultura, que jamais conceberam um Deus que desejasse adoração, entendiam que era coerente que o mesmo impulso que os movia a superarem-se uns aos outros, geração após geração, era o mesmo que desejava e esperava deles o seu Criador, que lhes havia dotado das características que eles possuiam.
Assim erguer-se aos céus, habitar em companhia dos Deuses, erguer-se eles mesmos acima de Deus. E era isso que almejavam  em seus esforços. Essa era a religião-ciência daqueles que vieram a ser chamados mais tarde, mas muito mais tarde, de demônios.
E por pensarema assim e assim almejarem em seus corações, é que agora estavam prestes a se elevar-se aos céus, através da cosmonave Bab El, indo até o centro da galáxia, na costelação das Plêiades, em busca de suas origens siderais, afim de desvendar os segredos do universo, da vida e de sua própria natureza. Assim os Titans planejavam elevar-se aos céus, onde segundo as lendas residiam seus ancestrais os Deuses. Já havia cinco anos que a imensa torre, que era a cosmonave vinha sendo construída. Ela era um símbolo de esperança num mundo catastrófico, que ardia em chamas e que parecia que iria se partir e mergulhar no abismo a qualquer momento. Por isso uniu todos os Tubal Cains, apesar de sua beligerância nesse magnífico projeto político, cientifico e religioso, mas sem fins militares.
Kontranom, que fora um dos entusiastas da iniciativa político-científica, agora não tinha certeza sobre os benefícios, que tal projeto poderia trazer para a raça dos Titans, pois afinal, como sempre os fins políticos, superaram os científicos e religiosos, tornando-se um grande circo, um evento de propaganda político-ideológica. Por causa desse desvio, vários cuidados deixaram de ser tomados e o projeto do lançamento da cosmonave, já dava sinais de fracasso. Isso também era de se esperar, pois outra característica da raça demoníaca era um egocentrismo exacerbado.
Isso foi a muito tempo, antes dos tempos conhecidos, quando os demônios habitavam a Terra. (continua)

Fonte: ovisionario.com.br

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