domingo, 22 de julho de 2012

Grau I - Instrução Mágica do Espírito

Introdução

Caros leitores, a partir de hoje irei publicar os exercícios do livro "Mágia Prática - O Caminho do Verdadeiro Adepto" de autoria de Franz Bardon. Desejo que leiam e com a prática tirem suas próprias conclusões. O espaço para os comentários está abertos para que descrevam suas experiências e coloquem suas questões.

***

Controle do Pensamento, Disciplina do Pensamento, Domínio do Pensamento

1
Franz Bardon
Sente‑se confortavelmente numa cadeira ou deite‑se num divã. Relaxe todo o corpo, feche os olhos durante cinco minutos e observe o curso dos pensamentos que você tenta fixar. No início irá perceber que uma grande quantidade desses pensamentos precipitar‑se‑ão em sua mente, na sua maioria pensamentos relativos a coisas a situações do dia‑a‑dia, às suas atividades profissionais, suas preocupações em geral. Imagine‑se na posição de um observador silencioso, totalmente livre a independente. Conforme o estado de ânimo e a situação em que você se encontrar no momento, esse exercício será mais ou menos difícil de realizar. Não se trata de perder o curso do pensamento ou de esquecê‑lo, mas de acompanhá-lo com atenção. Devemos sobretudo evitar pegar no sono durante o exercício. Ao nos sentirmos cansados, devemos interromper o exercício imediatamente e adiá-lo para uma outra ocasião, quando então assumiremos o compromisso de não nos deixarmos dominar pelo cansaço. Para não perder o seu tempo precioso, os indianos, por exemplo, borrifam ou esfregam água fria no rosto a no peito, a assim conseguem permanecer despertos. Algumas respirações profundas antes do exercício também eliminam e previnem o cansaço e a sonolência.

Com o tempo, o aprendiz descobrirá por si mesmo essas a outras pequenas medidas auxiliares. Esse exercício de controle do pensa­mento deverá ser feito de manhã e à noite, e a cada dia o seu tempo deverá ser prolongado em um minuto, para que em uma semana possamos acompanhar a controlar o curso de nossos pensamentos por no máximo dez minutos sem nos dispersarmos. Esse período de tempo foi determinado para o homem mediano, comum. Quem achá-lo insuficiente pode prolongá-lo de acordo com a própria avaliação.

De qualquer modo deve‑se avançar com prudência, pois não há motivos para pressa; em cada pessoa o desenvolvimento ocorre de forma bastante individual. Mas não se deve de jeito nenhum seguir adiante antes de dominar totalmente o exercício anterior.

O aprendiz atencioso perceberá como inicialmente os pensa­mentos vão sobressaltá‑lo, passando por sua mente em grande velocidade a dificultando a sua captação. Mas de um exercício a outro ele constatará que o caos inicial irá desaparecendo aos poucos a eles ficarão mais ordenados, até que só uns poucos surgirão na sua mente como que vindos de muito longe.

Devemos dedicar a máxima atenção a esse trabalho de controle do pensamento, pois ele é extremamente importante para a evolução mágica, o que mais tarde se evidenciará por si mesmo.

Pressupondo‑se que o exercício em questão foi suficiente­mente elaborado a que todos já conseguem dominar a sua prática, podemos prosseguir com mais uma instrução, que é a instrução mental.

2
Já aprendemos a controlar nossos pensamentos. O exercício seguinte consiste em não permitir que pensamentos insistentes e indesejados aflorem em nossas mentes. Por exemplo, ao retornar­mos à nossa vida privada a familiar, devemos estar em condições de evitar as preocupações ligadas ao nosso trabalho profissional. Todos os pensamentos que não pertencem à nossa vida privadadevem ser desligados, a devemos imediatamente nos transformar em outras pessoas. E vice‑versa, na nossa atividade profissional devemos direcionar nossos pensamentos exclusivamente ao trabalho a não permitir que se desviem para outros locais, como o ambiente doméstico ou privado, ou qualquer outro. Isso deve ser exercitado até transformar‑se num hábito.


Devemos sobretudo habituar‑nos a executar nossas tarefas, no trabalho ou na vida privada, com a máxima consciência, sem levar em conta o fato de se tratar de algo grande, importante, ou de uma coisa insignificante, pequena. Esse exercício deve ser cultivado ao longo de toda a vida, pois ele aguça a mente a fortalece a memória e a consciência.


3
Depois de obtermos uma certa prática na execução desse exercício, podemos passar ao próximo, que consiste em fixar uma única idéia por um certo período de tempo, a reprimir com firmeza outros pensamentos que vêm se juntar a ela na mente, com violentos sobressaltos. Escolha um pensamento ou uma idéia qualquer de sua preferência, ou então uma imagem. Fixe‑a com toda a força, a rejeite energicamente todos os outros pensamentos que não tenham nada a ver com os do exercício. No início, você só conseguirá fazer isso por alguns segundos, a posteriormente, por alguns minutos. Você tem que conseguir fixar um único pensamento a acompanhá-lo por no mínimo dez minutos seguidos.


4
Se for bem sucedido em seu intento, estará maduro para mais um exercício, que consistirá no aprendizado do esvaziamento total da mente. Deite‑se confortavelmente num sofá ou numa cama, ou então sobre uma cadeira reclinável, a relaxe o corpo inteiro. Feche os olhos. Rejeite energicamente todos os pensamentos emergentes. Em sua mente não deve haver nada, somente o vazio total. Fixe esse estado de vazio total, sem se desviar ou se distrair. No início você só conseguirá manter isso durante alguns segundos, mas exercitando‑se constantemente conseguirá um melhor desempenho. O objetivo do exercício será alcançado quando você conseguir manter‑se nesse estado durante dez minutos completos, sem se distrair ou adormecer.

Seus sucessos, fracassos, tempos de duração dos exercícios e eventuais perturbações deverão ser anotados cuidadosamente num diário mágico. (Mais detalhes sobre isso serão apresentados no item "Instrução Mágica da Alma"). Esse diário servirá para o controle pessoal de sua escalada. Quanto mais consciencioso você for na consecução dos exercícios aqui descritos, tanto melhor será a sua assimilação dos restantes.

Elabore um plano preciso de trabalho para a semana entrante ou para o dia seguinte. E principalmente, cultive a auto‑crítica.

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